Colaboradores

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Passagem

Um barco assinado com "esperança"
Atravessava o canal contra o vento
Memórias se perdiam com a maresia
Enquanto o homem se auto consolava

O dedo indicador apontava para frente
Sinalizando erros e defeitos corriqueiros
Seu desejo era nunca mais voltar ao lar
que uma vez amou acreditou ser para sempre

O sol roxo e amarelo contornava os seus sonhos
Tudo parece ser tão feliz no final
As nuvens iluminavam os olhos semiabertos
É a fantasia da não-aceitação

O som das ondas acalmava os segundos
Confortava como um abraço explícito
Segure a imagem do quadro final
E respire a pouca fé enraizada

O relógio se move para frente e para trás
Não há mais nada para se aprender
O eco do oceano ressoava em expressões
Indo a lugar algum como uma criança perdida

Se está morto ou terminado, é um fato
Talvez seja o melhor a se fazer
Coisas ditas que não poderão ser consertadas
Honestamente, eu acho









sábado, 21 de maio de 2016

A estação dos pesares


Beba os passos de um homem fracassado
Beba, beba, até perder o fôlego
A admiração cai para os desacreditados
O efeito colateral do duplo sentido consome e desaprova sem receios

É tarde demais para cobrir os olhos refletidos pela lua do norte
É tarde para apreciar possibilidades
Descanse as bençãos nos distorcidos
Gritaram a respeito de uma velhice sem histórias e intensidades

Um mundo sem simpatia envolve suas quedas
Um mundo que perdura armas silenciosas
Finalmente um estado sem luta será aceito
Escute a estação dos pesares em consentimento

Porque contaram fatos diretos compostos por incertezas?
Porque ouvir falsas alegações?
Espere andar em círculos para quebrar a todos
O tempo desacreditado para o hoje se tornará eterno        

 

O silêncio da idade


Expectativas guardadas e trancadas em um bolso qualquer
enquanto os sonhos perdidos completam as páginas dos anos torturados

As esquinas absorvem os gritos urbanos e íntimos
Não diga que as mensagens movem interesses particulares
Vozes interrompidas pela pressa do ponteiro

Você se lembra dos contos desastrados de alguém impuro?
Das cinzas tiramos o alimento diário da sabedoria

Descendo a avenida da avidez todos caímos pelo caminho
Pinheiros tornam a cena desconcertada e cômica
Agora estamos socados em uma vista única

Vivendo uma, duas, três vezes, o show excêntrico é sempre o mesmo
A experiência, neste caso, não significa a capacidade de compreender e se adaptar

A esperança serve apenas para desviar o foco do cotidiano deplorável
O amor consola apenas os espíritos que transbordam apego e dependência
Cada chance de progresso é descartada em uma estrada sem quilômetros





















 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Reflexões vazias e prepotentes

Esperamos nossos reflexos em outros indivíduos, tentando adequá-los às nossas expectativas e valores. Entenda: o indivíduo trabalha com seus propósitos particulares; com seus julgamentos; com seus interesses que condizem com suas necessidades momentâneas, e essas, por sua vez, são transbordadas pelo individualismo premiado. Se vantajoso, ótimo, caso contrário, nem de longe “entrará” como possibilidade.
É um ponto tão crucial contra as perspectivas de uma sociedade harmoniosa quanto aqueles que julgam fanaticamente que o individuo de sucesso é aquele financeiramente seguro, casado, com filhos, uma moradia, um carro e uma conta bancária cada vez mais.
O sucesso particular, de acordo com minha simplória “verdade”, vem da paixão, que naturalmente caminha para o bem-estar que, por sua vez, é consequentemente levado à felicidade.
Ah, sobre a felicidade, esqueça as imposições em massa dos comentários populares. Não precisamos de um amor (podemos interpretar este amor referido como algum companheiro ou companheira) para trazê-lo a nós.
A felicidade é gerada em nosso espírito, naturalmente. Ok, mas então qual o papel de se ter um amor tangível? Simples. Apenas complementar nosso equilíbrio interior que, de forma trabalhosa, conquistaremos por nós mesmos!