Colaboradores

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Recordações e autoestima lúgubres


A cada porta aberta incontáveis são trancadas
E nada é tão infernal quanto a exigência em demasia
A cada segundo o fato se concretiza como construções arcaicas
enquanto o nariz forma reservadas sensações de abatimento e euforia

A estação é de sensatez em sua indenidade
Entender que moral e ética formam-se como um filho primogênito
O perfeccionismo (termo vulgar) do caráter leva à demência
Os gatos negros observam como juízes, aguardando apenas por um disparo ou nylon

O peso é demasiado para conduzi-lo
Histórias mal relatadas fabricam a inventividade desumana
Recordações que o tornam o único e exclusivo erro
Uma despesa única; ominosa

Lírios e papoulas ornamentam uma grande avenida
E os corvos, com seus olhares negros, conduzem uma multidão e uma caixa
contendo um fantoche que um dia foi um servo de uma sociedade prostituída
É o fim das palavras impensadas; da falsa felicidade e do falso bom humor

Prantos, compunções e sorrisos fazem parte da caminhada como se a mesma
fosse ter sua chegada em um boteco de esquina
Não há preocupação alguma em manter relembranças felizes
Afinal de contas, tolo é aquele que confia em comportamentos universais dissimulados

A cada flor e sorrisos lágrimas descartados durante o ato final,
Uma pá de cabo longo e uma colher de pedreiro transformam-se
como os pincéis de pintores como Caravaggio, Goya e Gustav Klimt
O desfecho, a última terra batida pela pá, encerra-se com as cordas de sustentação

E  o som do verdadeiro (?) amor possui a doçura e a pureza da sinceridade (disfarce)

sábado, 6 de dezembro de 2014

O Barroco Moderno

As pedras carregam histórias de flagelos
A cada ladeira, pisamos no passado e no presente
O pé esquerdo no sofrimento e o direito nas novas perspectivas

Um anjo esculpido em pedra-sabão observa com cuidado
os novos residentes em suas vidas pós-moderna
Correntes arrastadas em pés calejados e calcanhares molestados

As igrejas, que um dia abençoaram o passado, se tornam lembranças turísticas
Visitas sem conhecimento ou interesse: puro senso de oportunidade
Tão comum em cidades barrocas e seus turistas

Uma igreja com um cemitério acoplado a mesma
Cospe a história através de seus personagens
São adornos criados para embelezar
os momentos respeitáveis

E os becos, íntimos, presentes,
que suportaram conversas antiquadas
Agora são passagens para olhares modernos
Uma história que não muda, mas se adapta






Um número que não recebe os admiradores
talvez você não aceite a parcela nisso
Eles não escutam uma palavra de você
e não entendem a sua personalidade dissemelhante

Sem vida...
Sem vida...

Procurar é tão espinhoso pelo receio da negação
as características são tão distintas
Que apesar disso, a necessidade se torna primordial
E o padecimento arrebenta a porra da sua cabeça

Tão longe...
Tão longe...







Uma geração marcada por egocêntricos
que se encontram em luzes e sons
O engano permanece inocente, deitado de lado
enquanto o caráter se desfaz em passos e conversas

Por onde o altruísmo esteve?
Tão puro quanto um santo e tão raro como um milagre

Um ombro que carrega os desejos mais íntimos
não sustenta as ações externadas
Um mínimo de coragem alcançada com algumas gotas em uma boca
e os passos se completam em direção à desonestidade

Por onde o amor esteve?
Tão utópico quanto o anarquismo e tão presente como uma saudação

Então é essa a permanência a se contentar
Considere os movimentos negros e se adapte
Lutar contra uma causa perdida é dar um tapa na resistência
Tudo o que se ensina são coleções de corações quebrados