Era noite e um memorial marcava a mente de um homem que era
tudo, menos decente.
A escória nasceu na barriga da ingenuidade, sob o fogo de
uma vontade temporária que se tornou imprudente.
E a jornada começava a passos tortos, pois desde cedo o
verme escutava: “aguente a merda do preconceito”.
Mas profundamente ele sabia que essa obrigação era de
qualquer um, menos dele. E isso formou o seu conceito.
Carregue esse chifre, e seus ombros cansarão brevemente. Nada
nem ninguém muda.
Essa era a sua verdade.
Elas sustentam temporariamente. Sua concepção era baseada
nesse túmulo de mármore, com uma escultura de um anjo que expressava a
lamentação da liberdade.
Bastava olhar para o céu negro, e perceber que a madrugada
sustentava suas idéias mais esperançosas.
Idéias que eram interligadas com curtas perspectivas, mas que
logo se perdiam com carências libidinosas.
Ao caminhar pela cidade, a besta o seguia e se escondia
atrás do cipreste, utilizando a noite como um pássaro negro.
Demônio, memória, demônio. Este massacrava o seu coração com
um punho firme e essa percepção era o seu desespero.
Ao caminhar pelo campo, várias folhas secas caiam,
representando o que ele acreditava ser uma nova era em sua vida.
A cada queda das folhas uma expectativa nascia, mas essas já
estavam mortas, assim como a vontade que “honestamente” seria suicida.
Pessoas conversavam, e mantinham o falso interesse como
ponto central de algumas horas de superação e agrado.
História recorrente, composta por questões internas, um
gentil exemplo de um diário de valores que em cada vértice é trocado.
Apenas um milagre em um mundo composto por marionetes para
haver um pouco de senso crítico, mas ocorre um silêncio.
Bocas costuradas e mentes ansiosas tornaram o rumo daqueles
que eram desesperados e que sentiam.